domingo, 13 de novembro de 2016

Metáfora

Não há nada de mais em admitir que o amor é uma ilusão. A vida é uma existência finita, limitada e falha, todas as possibilidades que surgirem dentro dessa existência também serão assim. Não é cruel aceitar que o amor não é perfeito, que no meio do caminho ele pode acabar e que às coisas podem ser diferentes do que imaginamos inicialmente. Não é tolice conviver com a idéia de que amamos projeções, você não é menos sentimental só porque usa a racionalidade para entender o que sente. Tolice é romantizar o amor, transformá-lo em uma criatura incorruptível, que está acima de qualquer condição universal. O amor não decepciona, a forma como você o encara sim. O que machuca é a não aceitação da ilusão, a utopia de que tudo pode ser eterno, as expectativas que sua vontade cria. O amor não nos torna perfeitos, não nos liberta do acaso, nem tampouco nos livra das insatisfações existenciais. Por isso, saia deste mundinho que Paramount criou, esqueça às tolas divagações da pós-modernidade. Amor e felicidade não são sensações interdependentes. Amor romântico é tragédia, loucura e precipício.

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