terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
Exérese
Eu me operei sozinha no quarto sem anestesia. Naquela noite de novembro tudo me doía e eu prometi te tirar de mim. E isso vai além da poesia.
Eu sangrei, mas eu encarei sozinha, sem você, sem ninguém para me estender a mão e dizer que iria ficar tudo bem. Eu sofri, eu chorei, eu odiei, enquanto eu via você reconstruir sua vida como se nada houvesse acontecido, num ato tão covarde. Eu me culpei, por ter sido tão idiota ao ponto de acreditar em uma pessoa que estava traindo alguém que dizia "amar mais que tudo". Eu fui a minha própria fortaleza em dias de trevas. Eu consegui olhar para dentro de mim e encontrar toda a força que eu precisava para me reerguer. Eu suportei a dor, e foi assim que eu descobri que eu só precisava de mim para viver. Eu gostei de ver o amor se transformando em indiferença e saber que não era eu a pessoa que iria estar ao seu lado para viver com medo e trauma da história se repetir. Eu tive pena dela, por acreditar e continuar ao seu lado. Eu vi, que ela era dependente de você, não eu. E foi aí que eu notei, que eu mereço muito além disso. Eu fui cruel e cirúrgica comigo mesma, engoli a dor naquela sala médica, aprendi a caminhar novamente, recuperei minha saúde mental e tive a certeza, que tudo que eu não precisava era de alguém como você.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário