quarta-feira, 16 de novembro de 2016
Descanso
Não posso falar isso sem machucar, tem que doer além da sua pele que veste como se fosse um manto que te guardasse das guerras lá fora
quando não guarda, não agora.
Eu queria poder calçar tuas botas de combate e vencer cada batalha por você. Eu queria atravessar o mar vermelho tão vivo na tua íris e te falar da paz que se adormece em olhos gentis. Eu queria poder te salvar desse temporal e te abraçar como se nada fosse grande demais para destruir-te porque eu quero que você se levante outra vez, e outra vez e outra. Quero ver você de um jeito mais leve porque você merece, você merece silêncios calmos te tirando desse choro de desespero. Quando a minha fé se proclama nos seus lábios e você diz que é amor, é amor e cuidado celeste, mas é mais, é sempre muito mais do que isso. Eu tô te abraçando mesmo que do outro lado do planeta, mesmo que as nossas casas mudem segundo a posição do sol, mesmo que o equador talvez nos separe, e o meridiano de Greenwich nos condene. São 02:32am e eu ainda sim sinto o seu sono nos meus olhos. Descansa em mim porque eu não desejo mais te ver sempre caindo. Repousa o peso do seu mundo no meu que eu te levo feito um pedaço do céu. Em tudo o que eu sou. Eu te guardo.
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