sábado, 1 de fevereiro de 2020

Lar

Tudo mudou. Não te vejo mais como antes, tu me fizestes enxergar algo que há um bom tempo não tenho visto em olhos gentis. Quando alguém consegue nos despertar descobrimos latifúndios em campos abandonados. É assim que tenho me sentindo, como às águas do rio Amazonas que nascem calmamente na Cordillera dos Andes. É acolhedor, parece que os céus se compadecem e me sinto envolta em uma nuvem. Eu descobri em ti um gosto que ainda não havia sentido em outro alguém, e me questiono onde eu estivera que ainda não havia degustado. Eu te conheci duas vezes nesse espaço de tempo que chamamos de vida, a primeira sem propósito algum, num dia qualquer de sábado. A segunda porque era preciso. Tenho me embevecido e conotado por você ter essa alma tão celeste que me traz calmaria. Você coube direitinho nas minhas músicas, nos versos, no coração e no dia a dia. É como ver o alto mar pela primeira vez e sentir a imensidão aqui dentro lavando a minha alma. Espero que você compreenda, isso não é paixão. Paixão devasta e acaba em uma fração de segundos. Eu tô falando de gostar, e gostar a gente gosta das mesmas coisas todos os dias. É como comer aquele prato de comida favorito, por mais que você enjoe em dado momento, tu sempre vai gostar do seu prato de comida favorito. Gostar é escolha. E nesse cardápio de pessoas eu saboreei teu gosto de lar. Sim, tu tem gosto de lar. E eu que sempre fui caseira gosto de morar. Talvez eu nunca saberei ao certo o que dizer, mas eu quero morar em você. Pretérito imperfeito, pra vida; pra gente sentar, tomar café, chorar e ali desabafar, recomeçar, rir e amar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário