segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Quebrado

08:06pm. Relógio parado. Talvez assim sem ter noção do tempo eu consiga dormir melhor nesta noite. É inverno de 1983. Na rádio local toca "Let It Be". Me sinto sozinha. Eu fico aqui sentada na beira da cama em frente á janela procurando uma razão para tudo. Procurando perguntas que talvez nunca tenham respostas. Eu estou aqui na espera, cheia de duvidas. Quem sabe isso pare de roubar meu tempo amanhã. Sempre acho que estou fazendo tudo errado. Eu sou estragada na melhor das hipóteses, sempre fica evidente. A gravidade está me puxando para baixo. Estou caindo aos pedaços, como a quem regula os movimentos de objetos inertes. Me sinto presa dentro de uma capsula que queima. Mal consigo respirar. Sinto latente o aperto no peito. Meu coração está quebrando, ainda assim ele bate. Procuro um proposito para meus traumas. Talvez na dor ainda haja cura. Na fé, quem sabe, eu encontre um significado. Eu vou suportar. Irei me segurar em suas mãos. Cada porta fechada era um aviso de que o caminho estava errado. Me guardo sempre que posso, eu sou um livro com palavras difíceis e não ensino todos a ler. Olhe meu reflexo no espelho, eles ainda estão procurando vida. Tem que sagrar até para de doer. Um dia, mais dia, eu estou aguento outro dia. O que percorrerá no meu caminho? Vou caminho á frente, você disse que eu ficarei bem. As luzes nas ruas não tem me deixado ficar imersa na minha escuridão. Não posso mais mudar o caminho. Meu coração quebrado quer voltar para casa.

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