sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Acalentar

O que houve menina? Vejo a aflição nos seus olhos. O que diz essas lágrimas que molham seu rosto? Sente aqui e me conte. Essa angústia que toma seu peito e aperta o coração, não a deixe te sufocar. Conte a mim. Segure em minhas mãos, eu vou te ajudar. Tens andado distante, mas em silêncio ouço seu soluçar. A maré tá alta, eu sei, as ondas tem sido violenta, arrebenta a correnteza e puxa para o fundo. Não esqueça, às vezes precisamos ir até o fundo para ver o que nos está reservado, e és de grande aprendizado. Seu olhar de temor, o balançar das pernas que já não param em um lugar. Anda para cá, anda para lá. Eu sei o que há. Os dias tem passado, os anos começando e acabando, a idade chegando e você se sente no mesmo lugar. Mantenha a calma menina. Vai chegar. Sei que o desejas. Não uma mudança de guardar roupas, cabelo ou carro. Vai além da vaidade. Bens, quem sabe. Talvez mudança de lugar, país ou estado. A mudança que almejamos é interior. Um novo eu, nova história, novos hábitos. Olhe para dentro de si, você tem muito a oferecer, não se deixe abater. Uma conta não paga, uma desavença em casa, a ausência de um amor, não podem te corromper. Se acalme, eu cuido dessa dor. Quero te ver mulher sempre menina. Forte para enfrentar o mundo, frágil para se encher de amor. Olhe para o céu, inspira e respira e encontra a calmaria. Caminhas pelas ruas e praias, sente a brisa, veja o brilho no olhar de uma criança, ponha em mim sua confiança. Menina que se faz de fria, mas seu coração é puro, doce e cheio de magia. Irritantemente otimista, crê sempre no melhor das pessoas, não guarda rancor, quero que volte a ser esta guria. Com caneta e tinta de papel estou gravando seu futuro perfeito, conjugando o verbo alegria em sua trajetória. Você é filha amada, minha singela Maria. Aquiete, está chegando seu dia.

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