segunda-feira, 23 de março de 2020

Cosmo

O que sou diante de tão grande universo? Existe uma razão para tudo? Trens lotados, interiores vazios, conotações sombrias, longitude de uma vida incerta. Laços de amizade, aquela visita desagradável, noticiário sobre tragédia, e chegam aqueles malditos dias que me sinto mais solitária, e é nesse exato momento paro para refletir a que ponto chegou a humanidade. Eu me pergunto onde foram parar meus planos e até onde estou realmente concentrada? Na realidade ou apenas me deixando levar pela fantasia? O som dos motores é incessante lá fora, e no âmago apenas o silêncio grita aos ouvidos. Ele tenta lembrar que nascemos sozinhos e que a única certeza da vida é a morte. E eu escrevo essas palavras que nunca serão ditas. Elas são parte de mim. Uma parte que ninguém conhece, que surge quando todos estão longe. Essas palavras nasceram da minha solidão, e se tornam a minha companhia. Eu escrevo na primeira pessoa do singular porque sou eu quem choro, que sangro, que vivo. Nunca obterei todas as respostas. Os questionamentos sempre serão maiores. E apesar de reclamar de quase tudo, eu nunca desisti, eu insisto, luto e persisto. Mesmo sabendo que a porcentagem de dar certo é igual a zero. Tudo é efêmero. E quando os dias maus me sobrevém, eu para um instante para observar as estrelas. Elas são o mais próximo que eu posso chegar do céu, e o mais longe que eu posso estar da terra. Acredito que Deus as fez para os dias sem esperança, para observarmos que ainda há um propósito debaixo de tudo que acontece.