domingo, 14 de outubro de 2018

Enquanto

Escuta-me dizer em voz baixa, enquanto a órbita da terra está alinhada no espaço: Amo você. Sim. Eu amo você. Enquanto as guerras fazem mortos e o ser humano morre lentamente por causa do seu ego. Nos livros de Steel, nos contos de Austen, nos dramas de Bukowski e na fala de quem não tem o que comer. Naquilo que é inverdade, no arco-íris preto e branco. Com a solidão sussurrando e o vazio exaurindo meus espaços e a incompreensão batendo na porta. Na paz que deixou de existir e na esperança carregada nos olhos da criança e daquele que está ferido. Porque os dias estão atribulados e o peso da tormenta é grande demais para aguentar sozinha. Eu tenho repetido que é longevo. Quase como um mantra para que eu jamais me esqueça da sua presença me invadindo quando fecho os olhos e me lembro do seu corpo junto ao meu. Os carros da cidade buzinam insolência e eu só preciso me aninhar no teu abraço e fazer dele minha casa. Teu corpo é minha moradia contra trovoadas e chuvas ácidas, teus braços são montanhas na qual eu descanso, alívio. Teu olhar são dias nublados que me trazem paz. Até quando tropeço no meio da rua e até as pedras, meu bem, até as pedras sabem o motivo dos meus sorrisos. Nos furacões norte-americanos e nos tsunamis japoneses, nas ilhas e nos desabrigos da alma: Eu amo você. Eu sempre amei. Eu amo você.